Hoje convido você a olhar ainda mais para o valor do nome dentro da marca.
Abra uma revista em um anúncio clássico, aqueles um texto de 5 linhas, título de 2 linhas e slogan de 3 palavras. Você já tem um indicativo da gradação decrescente de concisão no discurso das marcas.
Naming, ou o nome da marca, no composto comunicativo, exerce a função persuasiva mais minimalista. Mais fácil? Que nada, muito mais difícil. Temos que comunicar com uma palavra só, no máximo duas, ou até mesmo com uma letra e um número.
Como técnica persuasiva, o nome de um produto ganha cada vez mais força como parte integrante do composto de comunicação. Por exemplo, o nome do celular Blackberry custou 150 mil dólares. O que significa este investimento em um elemento simbólico? Um grande investimento em um mini-discurso?
Por que a marca Massimo Dutti parece ser um nome patronímico, do dono da marca, como se ele existisse? Na verdade, feito para dar esta impressão, evocando uma identidade italiana, culturalmente ligada à elegância, visando alcançar esse posicionamento, mas sem ter nenhum referente, nenhum costureiro famoso por trás dela, só o simulacro disso.
A marca Haagen Dazs é o exemplo clássico desta estratégia: aparenta ser um nome toponímico, justamente para trazer um posicionamento nórdico a uma marca americana.
A marca Audi cria o nome de seus produtos com a inicial da marca seguida de números: A2, A3, A4, A8. Aciona, portanto, elementos universais para facilitar a internacionalização.
O que é a magia senão não conseguir enxergar o que está diante dos nossos olhos? Sim, há muito a se desvendar na magia do mini-discurso dos nomes de marcas. É isso que continuaremos fazendo aqui. Até a próxima.
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Sobre a escritora:
Irene Carballido, Mestranda na ESPM/SP. Fez pós em Psicocriatividade na Universidad Autónoma de Barcelona. Formada em Publicidade e Sociologia.
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