Aloha!
Através de outro post tomei conhecimento desse importante (e belo) rebranding: estamos falando da Usiminas, a maior siderúrgica da America Latina, fundada em 1956 na cidade de Ipatinga (antiga Horto de Nossa Senhora) MG.
O projeto de rebranding veio junto com a nova diretoria em 2008, que decidiu reformular tudo na empresa, desde processos administrativos, produtivos e operacionais até as estratégias da companhia. Claro, para que o público saiba dessas mudanças, era necessária uma nova identidade visual para a holding e todas as empresas que a compõem.
Para o trabalho foi contratada, nada mais nada menos, que a Interbrand.
Valores
Além de mostrar ao público que a Usiminas mudou, o logo busca denunciar os novos valores e o novo posicionamento da empresa. Segundo o Manual de Marcas da empresa (link para download do PDF no fim do artigo), esses valores são pautados em Consistência, Técnica, Capricho e Abertura. Dê uma olhada lá para ler os textos a respeito.
‘U’
Segundo o manual, o símbolo gráfico “U” é inspirado nas grandes panelas da aciaria, onde o aço ganha forma.
“O ‘U’ vazado que salta da base preta, num universo de cinco cores, revela que dele pode surgir um universo dinâmico, flexível e inspirador.” – Diz o Manual. No hotsite do projeto, se fala de “nova atitude flexível, dinâmica e corajosa da Usiminas.”
Cores
O logotipo foi desenvolvido para ser usado em cinco cores diferentes juntamente com o preto. Essas cores são usadas de maneira aleatória. “O preto representa a base de todos os elementos que podem nascer a partir do aço. As outras cores, vivas e intensas, exemplificam essa diversidade e transmitem a atitude flexível, dinâmica e corajosa da Usiminas” – diz o Manual.
“Da matéria bruta, o preto, todos os elementos podem surgir. Cinco cores, viva e intensas, anunciam a diversidade de possibilidade do aço” – comenta o hotsite.
Outro ponto interessante do projeto quando o assunto é cor é que, segundo o manual, todos os matérias de comunicação da Usiminas, independente dos objetivos finais, devem conter imagens que tenham predominância de uma das cores Usiminas. “Utilizar-se de imagens que traduzam os valores da marca: consistência, técnica, capricho e abertura.”
Tipografia
A família tipográfica escolhida pela equipe da Interbrand foi a The Sans, do typedesigner holandês Lucas de Groot (LucasFonts). Pra vocês terem noção de quem é esse cara, ele fez parte do desenvolvimento da família tipográfica baseada no logotipo da Heineken, projetou as fontes usadas na Folha de São Paulo e Le Monde, participou dos projetos dos logos da Siemens e Sun Microsystems, tem participação nos types usados no jornal internacional Metro (que tem versão brasileira) e desenhou a fonte Calibri, a nova default do Word, com outros typedesigners.
Segundo o manual, a fonte foi escolhida por sua versatilidade e contemporaneidade (dá-lhe Estilo Internacional). O logo em caixa alta é para traduzir a segurança e a consistência da Usiminas.
Algo que é citado pelo manual e que podemos conferir na imagem acima é que, apesar de ter sido usado o tipo The Sans, ele foi levemente modificado no kerning e em algumas formas (o ‘A’ por exemplo).
Padronização
Outra parte interessante (que eu adorei) do projeto foi o de verticalização da maioria das marcas da holding. Pra quem não sabe, a Usiminas é dona de quase vinte empresas e de dezenas de marcas, produtos, programas e outros. Durante o projeto de rebranding, não se viu qualquer padronização visual entre as marcas. Por isso, foi criada uma estrutura unificada, uma identidade visual única.
Meus comentários
Na minha humilde e tão desimportante opinião, o projeto (design) ficou show de bola. Na verdade, eu gostei muito. O logo antigo era muito chatão e transmitia uma empresa fria, sem vida e sem graça (não que ela seja ou deixe de ser, mas seu logo comunicava isso. Ao menos pra mim). Esse novo projeto trás exatamente o que faltava: VIDA. A analogia das cores saindo do preto com o surgimento de possibilidades através do aço é genial.
A edição do type ficou show, contrastando (veja bem, eu disse contrastando e não conflitando) com as cores que passam vivacidade, energia, abertura, enquanto o type passa seriedade, técnica, consistência. Falando nisso, acredito que o logo ficou muito bem alinhado com os valores que a empresa quer pregar (ao menos pregar, viver são outro quinhentos. Isso necessita de um ótimo projeto de comunicação e reposicionamento da marca).
Algo que me agradou muito no projeto foi a parte da padronização de grande parte dos logos das empresas da holding. Talvez esse tenha sido um dos maiores acerto do projeto, pois isso ajudará na identificação da empresa por parte dos stakeholders. Irá mostrar que, apesar de várias empresas, são uma só, unidas em prol dos mesmos objetivos. Que empresa não quer ter essa imagem perante o mercado?
O outro lado
Porém, nem tudo são flores. Como disse no início do artigo, tomei conhecimento desse projeto através de outro artigo. Nesse artigo, o estudante de PP na UnilestMG e morador de Ipatinga (cidade da Usiminas), Jader Rubini, faz uma crítica a esse rebranding. Em sua visão, não adianta nada colocar um projeto desse em prática se as ações da empresa não condizem com os novos valores aspirados pela mesma. Um artigo muito bom e que vale a pena ler, pois é outra visão e que nos ajuda a entender um pouco mais disso e a nos posicionarmos.
Se a Usiminas está falando a verdade com os valores que estão sendo pregados ou se tudo não passe de uma farsa ou uma maquiagem, somente o tempo e o plano de comunicação que nos dirão isso. Mas o design me agradou! 😉
E vocês, o que acharam disso tudo?
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