– Cara, você pode me responder uma coisinha?
– Manda.
– O que é tagline, hein?
– Tagline é uma pequena frase que faz a gente lembrar de uma marca e que fica pertinho do logo.
– Ahhh… entendi.
– É a principal mensagem da marca, coisa exclusiva, quase que o logotipo em palavras.
– Tipo Nestlé faz bem?
– Isso!
– Tá, mas você disse exclusiva. Tem muita coisa que faz bem…
– Tem. Mas tem muita coisa que faz mal também. A questão é que fazer bem direciona a marca Nestlé, sacou? Tipo… Se é Nestlé, tem que fazer bem.
– Entendi. Mas isso já não era óbvio sem essa tagline?
– É que a tagline é uma referência. Ela resume e comunica o propósito da marca de um jeito mais autêntico e inspirador. Nossa, gostei disso, vou anotar.
– Bonito mesmo.
– Olha só: imagine você que o navio das marcas foi invadido por piratas. Todas serão lançadas ao mar.
– Nossa, que trágico, cara.
– Relaxa, é só um exemplo. Bom, lá estão as marcas enfileiradas em cima da prancha, quando o pirata pergunta: qual a última coisa que vocês gostariam de dizer?
– Just do it?
– Haha! Que tal think different?
– Aí talvez a Apple se salvasse.
– Enfim, o que quero dizer é que se uma marca só tivesse uma única frase para dizer, esta seria a tagline. É como a marca gostaria de ser lembrada.
– Entendi. Mas então o que é slogan?
– É outra coisa. O slogan é criado para uma campanha, um produto novo ou um público específico, normalmente tem prazo de validade. O que acontece é que alguns slogans retratam tão bem a essência da marca, que acabam se tornando taglines.
– Ahhhh… então slogan é assim uma Brastemp.
– Isso! Já as taglines são criadas para viver enquanto a marca vive, aconteça o que acontecer. Se um dia a gente for morar em Marte, se descobrirem a cura do câncer, se o Azerbaijão ganhar uma Copa do Mundo…
– Já sei! A Apple continuará thinking different, a Nestlé fazendo bem, a Nokia connecting people e por aí vai.
– Isso. Tipo isso.
– Bom, se eu tivesse que criar a minha tagline, seria: o cara.
– Então, aí que tá. Antes de se empolgar, lembre que a tagline tem ser verdadeira, honesta. Se não for assim, cara, é só mais uma frase jogada.
– Pô, então qual você sugere?
– Bom, como só te conheço por essa nossa conversa, eu diria: “Perguntar é descobrir”.
– Taí, cara. Curti!
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Sobre o escritor:
Fernando Andreazi trabalha com identidade verbal na consultoria Interbrand. Cria nomes, taglines e até o tom de voz das marcas. Para que elas se comuniquem assim, com a naturalidade que a gente conversa no LOGOBR.
Follow: @nandoandreazi
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